Desse total, entre as 100 empresas pesquisadas que fazem produção e pesquisa no exterior, a maioria das companhias brasileiras internacionalizadas é do setor secundário (manufatureiro): 69%. O setor terciário (serviços) responde por 26% das empresas brasileiras no exterior. Por último, com 5%, está o setor primário (extrativista).
No setor manufatureiro, as empresas se internacionalizam em busca de mais mercados consumidores, de matéria-prima, mão de obra mais barata e por novos conhecimentos, além de menor burocracia e tributação. Nesse setor predominam as multinacionais brasileiras que operam no ramo de veículos automotores, que buscam conhecimento tecnológico e aproximação de concorrentes. Os ramos de têxtil, confecção e couro e de alimentos, bebidas e fumo vêm na segunda posição. A razão é a ampliação de seus mercados consumidores.
 
De acordo com o estudo, o número expressivo de multinacionais do setor manufatureiro no exterior se explica pelo desaquecimento das atividades industriais no Brasil, fazendo com que a internacionalização seja “uma válvula de escape” para essas empresas.
 
No setor de serviços, a maior parte das empresas é do ramo de TI (73%), seguidas da construção civil (23%). No ramo de TI, as empresas buscam conhecimentos tecnológicos em países mais desenvolvidos para passá-los para as matrizes no Brasil. Outro fator é o ingresso em países cuja mão de obra tenha custo-benefício melhor que o do Brasil ou com pátio industrial em pleno desenvolvimento. Na construção civil, o impulso é a atuação em países com pouca infraestrutura.
 
No setor extrativista, o destaque fica para as companhias de extração e mineração (80%) e petróleo e gás natural (20%). A procura por recursos é o principal fator da internacionalização.
 
Capital fechado
A maior parte das empresas, de acordo com o levantamento, não possui ações em bolsas de valores (63%), ou seja, têm capital fechado.
 
Essas empresas normalmente pertencem a poucos sócios. Uma das razões seria que algumas empresas lidam bem com a abertura de capital e outras não, segundo o estudo. Além disso, muitas vezes as empresas abrem operações pequenas no exterior para terem acesso a linhas de financiamento nos países. As que têm capital aberto têm o objetivo de abrir outras operações no exterior.
 
Fonte: Globo Economia

